Prefeito e demais autoridades executivas recebem dos integrantes do Movimento documento que contém uma série de reivindicações
Foto: Juliano Barbosa

O prefeito Gil Marques Filho recebeu, na manhã desta sexta-feira, 28, representantes do Movimento Vem Pra Rua, Itaqui. Durante o encontro, ocorrido no gabinete, foram apresentadas ao chefe do Executivo algumas reivindicações.

O Movimento, surgido do descontentamento da sociedade brasileira quanto ao rumo tomado pela política em todas as esferas de administração do país, e impulsionado pelas recentes manifestações realizadas pelo Brasil afora, levando centenas de milhares às ruas, se diz insatisfeito com a forma que a política vem sendo conduzida também em Itaqui.

– Viemos solicitar o apoio do prefeito para modificar essa realidade – disse o jornalista Eduardo Silva, uma espécie de porta-voz do Movimento.

– Não queremos prejudicar ninguém, muito menos criar inimizades. Queremos apenas que os cidadãos sejam tratados com mais respeito. Além do mais, sabemos que os problemas que combatemos em Itaqui não surgiram neste governo, que já existiam muito antes de o senhor ser prefeito – completou.

Em relação à pauta nacional, o Movimento solicita apoio do prefeito no repúdio à PEC 37 (Proposta de Emenda à Constituição), que propõe limitar o poder investigativo do Ministério Público – já derrubada no Congresso –, na aprovação do projeto de lei que trata a corrupção como crime hediondo – já aprovado no Senado – e na luta pelo fim do voto secreto durante as sessões parlamentares – ainda em discussão.

Sobre a pauta municipal, as reivindicações são as seguintes: solicitar, junto ao Poder Judiciário, prioridade em relação ao processo referente a supostas irregularidades cometidas no Carnaval de 2011 e em relação ao processo sobre gastos excessivos com diárias dos vereadores em 2009 e, junto ao Ministério Público, prioridade no ajuizamento da ação criminal do referido Carnaval.

Questionado por Eduardo se apoia ambas as pautas, Gil respondeu:

– Apoio as duas, e também o Movimento, que tem que ser contínuo.

O prefeito, inclusive, sugeriu que o Movimento se transforme em uma espécie de conselho da comunidade.

– Vocês seriam a voz do povo, absorvendo as reivindicações e levando-as aos poderes constituídos – observou.

No documento entregue ao chefe do Executivo, também constam a solicitação de abertura de novo processo licitatório para concessão do serviço de transporte público no município, de elaboração de organograma funcional da prefeitura, com o objetivo de evitar os desvios de função, terceirizações desnecessárias e horas-extras pagas e não trabalhadas, de maior fiscalização dos gastos públicos e de cumprimento rigoroso de horário de trabalho pelos servidores.

– Todas estas providências já estão sendo tomadas. Para vocês terem uma ideia, estamos recadastrando todos os servidores. Queremos saber quem é quem, que função desempenha e em qual horário é desempenhada essa função – informou a secretária municipal da Administração, Ana Cabreira, que também participou da reunião.

Em relação ao transporte público, Gil sugeriu aos manifestantes que as queixas sobre a prestação do serviço sejam formalizadas em um documento e entregues a ele. Dessa forma, segundo o prefeito, o município poderá tomar as medidas legais cabíveis.

A última reivindicação do Movimento diz respeito ao desenvolvimento de uma política cultural, com programações permanentes, apoio aos produtores e movimentos culturais, criação do Conselho Municipal de Cultura e do Fundo Municipal de Cultura, restauração do Mercado Público, reforma do Theatro Prezewodowski e aquisição de equipamentos de áudio e vídeo para a tradicional casa de espetáculos.

– Com os recursos utilizados na contratação de empresas de sonorização, seria possível equipar o teatro com essa aparelhagem. É uma questão de economicidade – referiu-se Eduardo.

– Podemos adquirir o básico, como data show e telão para uso no dia a dia. Para eventos maiores, como a Casilha (Casilha da Canção Farrapa), por exemplo, precisamos contratar empresa especializada, pois se trata de um evento que demanda aparelhagem profissional, sofisticada, além de técnicos especializados no manuseio desses equipamentos – explicou o secretário municipal de Relações Institucionais e Captação de Recursos, Hamilton Berro, também presente.

Sobre o Mercado Público, foi elaborado projeto de restauração por um escritório de arquitetura de Bagé, de propriedade da arquiteta Magali Gonçalves. O mesmo já foi aprovado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE). Falta a captação de recursos para execução da obra de restauro. E em relação ao teatro, o prefeito garantiu que serão feitos os reparos necessários.

Também participaram da reunião o chefe do Gabinete do Prefeito, Daltro Bernardes, o procurador municipal, Júlio Ubiratan, e, representando o Movimento Vem Pra Rua, Itaqui, além do jornalista Eduardo Silva, o professor de Matemática, Diego Beheregaray, e os universitários Fábio Diniz, Márcia Camargo e Thays Meus.