Diretora do Difesol, Nelsa Nespolo, fala durante o seminário
Foto: Juliano Barbosa

A Secretaria Municipal da Indústria, Comércio e Turismo realizou, na tarde da terça-feira, 9, no plenário da Câmara de Vereadores, o 1º Seminário Regional de Resíduos Sólidos. O evento contou com a presença da diretora do Departamento de Incentivo e Fomento à Economia Solidária (Difesol) da Secretaria de Economia Solidária e Apoio à Micro e Pequena Empresa do Estado (Sesampe), Nelsa Nespolo, e de representantes das secretarias municipais da Educação, Assistência Social, Agricultura, Serviços Urbanos e Meio Ambiente, da Unipampa, do 1º RC Mec, da Secretaria do Meio Ambiente de São Borja, além de catadores locais.

A intenção, segundo Nelsa, é fazer com que Itaqui participe da Cadeia Solidária Binacional do PET, que tem no governo do Estado o seu grande propulsor através da Sesampe, que por sua vez está articulada com o Programa RS Mais Igual, do governo gaúcho, em parceria com os governos brasileiro e uruguaio para a erradicação da pobreza extrema. Ela foi criada com o propósito de beneficiar os mais de 1 milhão de catadores em todo o Brasil, através da emancipação produtiva e econômica, agregando valor e maior retorno financeiro aos trabalhadores, além de contribuir para a preservação do meio ambiente, evitando a poluição de rios e ruas.

A Cadeia Solidária é formada por empreendimentos da Economia Solidária, desde a coleta da garrafa PET, da transformação em flake (garrafa PET moída), fibra, fio, tecido, até a confecção de sacolas retornáveis, kits escolares, calçados e uma série de outros produtos.

Como funciona

O projeto se desenvolve em cinco etapas: a primeira delas consiste na coleta, reciclagem e prensagem das garrafas PET pelas cooperativas e associações de catadores. A segunda etapa é transformar o PET em flake e beneficiar o plástico mole em cinco polos espalhados pelo Estado – três já existem e estão localizados no Vale do Rio Pardo, Região Metropolitana, Vale dos Sinos e Delta do Jacuí, e Região Sul. Os outros polos estão em processo de articulação e definição – Itaqui pode se tornar um deles.

Na terceira etapa, o flake é enviado à cidade de San José, no Uruguai, onde é transformado em fibra sintética. Na etapa quatro, a fibra é enviada até Pará de Minas (MG), onde é feito o processo de fiação e tecelagem, transformando a fibra em tecido. Por fim, a etapa cinco, que consiste no envio do tecido às cooperativas e associações de costureiras do RS e de outros locais da Economia Solidária no Brasil para a confecção dos já mencionados produtos.

Criação de uma cooperativa de catadores

Durante o seminário, foi debatida a necessidade de criação de uma cooperativa de catadores, que, segundo informaram, são cerca de 30 no município. Uma reunião foi marcada para as 19h do dia 25, na residência do catador Tadeu Aimon (Rua José Antão de Farias, 1192 - bairro José da Luz), para propor aos catadores a criação da cooperativa.

Recepção na prefeitura

Antes do seminário, ainda pela manhã, Nelsa Nespolo foi recebida pelo prefeito Gil Marques Filho e pelo vice Celso de Moraes Pinto na prefeitura. Durante o encontro, que também contou com a presença do secretário municipal da Indústria, Comércio e Turismo, Ricardo Cabreira, entre outros, após ouvir a diretora do Difesol, Gil se dispôs a doar um terreno para instalação do polo e a ceder dois caminhões para transporte da matéria-prima.

– Também coloco à disposição de vocês um engenheiro da prefeitura para elaborar a planta da sede (do polo) e a Procuradoria do Município para, se for necessário, ajudar na confecção do estatuto da cooperativa de catadores – disse o chefe do Executivo, que designou o secretário Ricardo para coordenar todo o processo.